MÚSICA
The Dare resgata o dance punk com sexo e polêmicas
Alguém aí se lembra do electroclash, no final dos anos 1990? E da new rave, rótulo que vingou na metade da década seguinte? Nomes diferentes para definir quase a mesma coisa: som eletrônico com batida disco, guitarras roqueiras distorcidas e teclado de synthpop, tudo isso para animar festas regadas a substâncias ilegais. Algo para dançar até cair, sem culpa. Pois um nome quente em 2024 é The Dare, projeto que se encaixa perfeitamente nisso. O primeiro álbum, “Whats’s Wrong with New York?”, só chega em 6 de setembro, mas os singles compartilhados nos últimos meses já pavimentaram uma óbvia estrada para o sucesso e para a polêmica. São canções dance punk, que chegam sempre acompanhados de clipes com cenas de festas e a atitude blasé de Harry Patrick Smith, que tem 29 anos e uma predileção por paletó e gravata pretos sobre camisa branca. Suas letras têm versos curtos e simples, falando o tempo todo de vida louca em clubes e bares. Os títulos não podem ser mais diretos: “Girls”, “Sex” e “Good Time” (clique nos títulos para ver os clipes). Na década passada, ele lançou quatro discos com o nome artístico Turtlenecked. São bonzinhos, mas mais restritos ao eletropop e sem essa identidade farrista que marca o projeto The Dare, que produz faixas muito melhores. Ah, sim, as polêmicas. Segundo ele, a inspiração para “Girls” foi a música “Some Girls”, dos Rolling Stones, que foi duramente criticada em seu lançamento, em 1978, pelo tom machista da letra de Mick Jagger. Bem, “Girls” é uma escancarada objetificação das mulheres, e, claro, levou muita porrada. Mas Charli XCX elogiou a música e chamou seu autor para colaborar em seu novo disco, “Brat”. O aval da superstar fez The Dare bombar nas redes. No EP seguinte, “Sex”, usou na capa uma foto de dois casais obviamente jovens, mas que não mostram o rosto, simulando posições de atos sexuais, totalmente vestidos. A internet pirou, com uma acusação um tanto bizarra de pornografia infantil. Repetindo, não dá para ver o rosto de nenhum dos modelos, é impossível avaliar suas idades. Bem, The Dare quer mesmo é barulho, e acaba de lançar o single “Perfume”, com uma letra em que ele se define como um viciado em compras digitais, E, claro, com modelos com pouca roupa no clipe. Quando setembro chegar, é preciso ver o pacote completo do primeiro álbum. Certamente, vai causar.
Fonte: Thales de Menezes
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