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Agronegócio

Safra de Trigo 2024: Desafios e Perspectivas nos Principais Estados Produtores do Brasil

Safra de Trigo 2024: Desafios e Perspectivas nos Principais Estados Produtores do Brasil
Imagem/Reprodução
Publicado em 26/07/2024 às 16:42

Plantio de trigo no Sul do Brasil enfrenta desafios climáticos e logísticos, com o Paraná apresentando as maiores dificuldades. A produção nos principais estados produtores mostra sinais de variação, enquanto o mercado internacional observa atentamente.

O plantio de trigo no Sul do Brasil está quase finalizado, após uma pausa nas atividades devido às chuvas no início de julho. A região deve cultivar pouco mais de 2,5 milhões de hectares, com uma produtividade média esperada de 3,1 toneladas por hectare, resultando numa produção projetada de 8,1 milhões de toneladas.

No Rio Grande do Sul, o atraso no plantio foi mais significativo, mas, ao final de julho, a semeadura foi retomada. De acordo com o Emater-RS, o plantio avançou em 9% e atingiu 94% da área prevista de 1.312.488 hectares, com uma produtividade média estimada em 3,1 toneladas por hectare. Alencar Rugeri, agrônomo da Emater/RS-Ascar, destaca que, apesar dos atrasos, o estado segue dentro de uma janela normal de plantio. Rugeri menciona que, assim como em 2022, um atraso similar não deve ser desastroso, especialmente com a melhoria das condições climáticas recentes.

Carlos Konig, gerente agrônomo da cooperativa C. Vale, observa que, apesar dos desafios enfrentados, as lavouras estão progredindo bem. Contudo, ele alerta que o excesso de chuvas em algumas áreas pode impactar a produtividade. A maior preocupação agora é o frio tardio e o potencial excesso de chuva durante a colheita, que pode afetar a qualidade do trigo.

No Paraná, o plantio já foi concluído, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral), que revisou a área plantada para 1,16 milhão de hectares, uma redução de 18% em relação ao ano passado. O trigo no estado está em diversas fases de desenvolvimento: 1% germinação, 46% vegetativo, 27% floração, 24% frutificação e 2% maturação. O Deral relata que, apesar da recuperação das lavouras semeadas mais tarde, a produtividade das áreas plantadas mais cedo foi prejudicada pela falta de chuvas, resultando em uma redução da projeção de produção de 3,81 para 3,61 milhões de toneladas, 1% abaixo da produção de 2023.

Em Santa Catarina, a situação é mais estável, com o boletim agropecuário da Epagri indicando boas condições de desenvolvimento para as lavouras. A produtividade média estadual está estimada em 3.493 kg/hectare, um aumento significativo em relação à safra anterior, que foi prejudicada por chuvas excessivas na colheita. A projeção é que a produção chegue a 430 mil toneladas, representando um crescimento de quase 40% em relação ao ano passado.

No cenário internacional, o analista Élcio Bento da Safras & Mercado aponta que os preços do trigo estão sendo influenciados pelas condições climáticas e pela grande oferta dos Estados Unidos. A perspectiva é de que a oferta de trigo seja volátil, com a Rússia possivelmente limitando suas exportações para controlar os preços internos. No Brasil, o mercado observa os preços do trigo com atenção, especialmente considerando a incerteza da produção e as condições climáticas variáveis que afetam as diferentes regiões produtoras.

Fonte: Notícias Agrícolas

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