Rival de Bia Haddad no US Open superou ‘pior lesão’ da carreira em 2024
Na cidade que nunca dorme, Beatriz Haddad Maia vai enfrentar mais uma adversária muito difícil nesta quarta-feira (4) para continuar com sua campanhas dos sonhos no US Open, último Grand Slam da temporada que tem transmissão de todas as quadras no Disney+.
Pelas quartas-de-final do major disputado em Nova York, a brasileira de 28 anos vai buscar uma vitória inédita contra Karolina Muchova. A tenista da República Tcheca derrotou Bia nos três encontros que tiveram no circuito da WTA, sendo que o último deles também foi disputado nos Estados Unidos, no WTA 1000 de Cincinnati, no ano passado. Na ocasião, Muchova eliminou a paulista na 1ª rodada de virada e chegou até a decisão do torneio.
Pouco mais de 365 dias depois, as duas voltam a se enfrentar em uma quadra dura americana, e Bia Haddad tem uma motição especial para o confronto do US Open. Se vencer, a canhota vai igualar a melhor campanha do Brasil na Era Aberta do US Open e repetir o feito de Maria Esther Bueno, que chegou às semifinais em 1968. A “Bailarina do Tênis”, que faleceu em 2018, foi tetracampeã (1959, 1963, 1964 e 1966) do Aberto dos Estados Unidos, mas dentro da Era Amadora (até 1967), quando os tenistas profissionais eram impedidos de competir nos Grand Slams.
Independente do resultado contra Muchova, a campanha de Beatriz Haddad Maia já é histórica, uma vez que o último representante do Brasil que chegou tão longe em Nova York foi Gustavo Kuerten em 2001. O Guga alcançou as quartas do major americano em duas ocasiões, mas nunca avançou até as semifinais.
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Do outro lado da quadra, Karolina Muchova quer acabar com o sonho da brasileira para continuar com o seu. A tcheca, que também tem 28 anos, vive mais uma retomada da carreira, após passar pela “pior e mais séria” lesão no início de 2024.
A tenista de República Tcheca figura entre as 100 melhores do mundo desde 2019, quando conquistou seu primeiro título no WTA 250 de Seul e chegou as quartas de final de um Grand Slam pela primeira vez, em Wimbledon. No anos seguintes, mesmo com a pandemia da Covid-19, continuou colecionando resultados impressionantes até chocar o planeta em 2021, ao derrotar Ashleigh Barty, cabeça de chave nº 1, no Australian Open e chegar até a semifinal em Melbourne.
A temporada espetacular de Muchova levou a tcheca até o top 20, mas sua ascensão começou a ser desafiada por lesões. Em 2022, suas costas, abdômen e tornozelo a limitaram a disputar apenas quatro torneios nos primeiros seis meses do ano, sendo impedida, inclusive, de jogar o Australian Open. Ela terminou o ano fora do top 100, o que não acontecia desde que furou essa barreira em 2019.
Então, Muchova provou o seu poder de recuperação e resiliência. Ela estabeleceu um novo ápice da carreira em 2023 ao chegar na final de Roland Garros, sendo derrotada apenas pela nº 1 Iga Swiatek. Na sua melhor campanha em um Grand Slam, a tcheca derrotou Aryna Sabalenka, vice-líder do ranking. A finalista de major ainda chegou até a semifinal do US Open nesse mesmo ano, terminando a temporada no top 10, na 8ª colocação, seu melhor ranking.
Quando vivia seu novo auge, no entanto, as dores e seu corpo a afastaram das quadras mais uma vez. Uma lesão no punho fez com que Muchova ficasse 10 meses sem jogar. Sua última partida foi justamente a semi do Grand Slam americano, quando acabou derrotada pela eventual campeã Coco Gauff. Essa ausência fez com a tcheca não disputasse, pelo 2ª vez nos últimos três anos, o Australian Open e culminou com uma cirurgia no punho em fevereiro de 2024
A volta ao circuito foi na gira de grama, mas uma derrota na primeira rodada de Wimbledon foi mais um baque. No entanto, a Muchova colocou a cabeça no lugar e chegou até a final do WTA 250 de Palermo, no saibro, recuperando a confiança para as Olimpíadas de Paris.
Na França, uma nova decepção e uma derrota na estreia para Leylah Fernandez. Na chave de duplas, com Linda Noskova, foi mais longe, mas acabou perdendo a medalha de bronze para as espanholas Cristina Bucsa e Sara Sorribes Tormo.
Absorvendo as derrotas, Karolina Muchova seguiu para a gira de quadra dura, caindo na 2ª rodada de Cincinnati para Jessica Pegula, mas em Nova York, a tcheca voltou a sonhar alto. A atual número 52 do ranking chega nas quartas-de-final contra Beatriz Haddad Maia sem perder um set sequer e com vitórias contudentes contra Jasmine Paolini, cabeça de chave número 5, e a bicampeã Naomi Osaka. Após passar das oitavas, a própria Muchova comentou sobre sua retomada.
“Quando eu operei, eu não sabia o que iria acontencer. Foi a minha pior e mais séria lesão, mas eu amo esse esporte. Eu vou fazer tudo o que eu posso para tentar e me recuperar. Eu cheguei até aqui e estou muito feliz. Sou grata por todas as pessoas que me ajudaram.”, disse a tenista de 28 anos ainda na quadra Louis Armstrong.
Na cidade que nunca dorme, uma das tenistas vai seguir sonhando com o título do inédito de Grand Slam, enquanto a outra vai acordar e perceber que o sonho é real, deixando a Big Apple satisfeita com sua campanha no US Open 2024.