Quem são Ana Patrícia e Duda, as ‘opostas’ do vôlei de praia que já tiveram ‘pausa na dupla’ e faturaram ouro nas Olimpíadas 10 depois de título da Juventude
Duda e Ana Patrícia enfrentaram Melissa Humana-Paredes e Brandie Wilkerson do Canadá na final do vôlei de praia nesta sexta-feira (09) e conquistaram a tão sonhada medalha de ouro nas Olimpíadas de Paris.
As duas brasileiras já tinham disputado os Jogos Olímpicos de Tóquio, mas com parceiras diferentes e também começaram no esporte de formas bem opostas.
Duda nasceu em Aracaju, capital do Sergipe, e, desde pequena, cresceu acompanhando o vôlei de praia, graças à mãe, Cida. A matriarca foi jogadora de vôlei de praia profissional, técnica e fundadora do Centro de Treinamento Cida Vôlei, na cidade de São Cristóvão, próxima à capital sergipana.
A campeã olímpica começou de fato no esporte aos 9 anos e chamou muita atenção como juvenil, sendo tratada como a maior promessa do vôlei de praia brasileiro. Aos 14 anos, foi campeã mundial sub-19 e ainda competiu, no mesmo ano, em categorias até o sub-23.
Sua grande conquista, no entanto, veio com a atual parceira. Em 2014, Duda e Ana Patrícia foram campeãs dos Jogos Olímpicos da Juventude em Nanjing, na China. No entanto, a parceira ali foi pontual e só retomada em 2022.
Como profissional, a sergipana formou dupla com a também medalhista olímpica Agatha Bednarczuk, prata no Rio-2016. As duas começaram a jogar juntas em 2017 e disputaram as Olimpíadas de Tóquio. No entanto, Agatha e Duda acabaram eliminadas nas oitavas de final.
Em 2022, Duda voltou a formar a dupla com Ana Patrícia, e as duas dominaram o circuito desde então. As brasileiras formam a dupla número um do ranking mundial do vôlei de praia. Inclusive, a dupla do Brasil foi vice-campeã mundial em 2023 e, em 2024, conquistou o Elite16 de Brasília.
Diferente de Duda, Ana Patrícia começou no vôlei de praia mais velha, com quase 15 anos, afinal, nasceu na cidade mineira de Espinosa, onde não tem mar.
A brasileira 26 anos jogou os mais variados esportes na infância e até que, em um jogos escolares, quando disputava apenas futsal e handebol, foi chamada para um teste no vôlei de quadra, mesmo sem disputar a modalidade porque na sua escola não formava time.
O convite veio porque Ana fica assistindo às partidas todos os dias após seus jogos, mas tinha um porém, era em outra cidade. Para fazer o teste em Betim, também em Minas, ela teve que pedir para mãe a autorização, que não veio. Cinco minutos depois, a mãe ligou e disse que teria um compromisso nessa cidade, então, poderia acompanhá-la.
Aprovada, logo se mudou para o vôlei de praia, quando conheceu Duda no seu primeiro ano na modalidade. Juntas, foram campeãs dos Jogos da Juventude. O tamanho de Ana Patrícia chamava muita atenção e, aos poucos, ela ia refinando sua técnica no vôlei.
No adulto, a mineira passou a jogar com Rebecca Cavalcante a partir de 2017 e, em 2021, as duas disputaram as Olimpíadas de Tóquio, parando nas quartas de final.
Depois do Japão, Ana Patrícia reencontrou sua parceria dos Jogos da Juventude e conseguiu, pela primeira vez, uma medalha olímpica.