Eudes Agripino Ribeiro, réu por lavagem de dinheiro na Operação Topique, enfrenta novos processos por improbidade administrativa e mantém familiares em cargos públicos no município.

Envolvido em uma série de processos judiciais que incluem corrupção, desvio de recursos públicos e nepotismo, o prefeito de Fronteiras, Piauí, Eudes Agripino Ribeiro, emprega ao menos dez parentes em cargos de destaque na administração municipal. Agripino é réu na Operação Topique, um dos maiores escândalos de corrupção do estado, e enfrenta novas acusações de má gestão e fraude em licitações.

Segundo o portal Mais Brasília, o prefeito de Fronteiras, Eudes Agripino Ribeiro (PSD), está envolvido em uma série de crimes que incluem improbidade administrativa, corrupção, desvio de recursos e nepotismo. O dossiê apresentado por fontes judiciais traz documentos detalhados sobre fraudes em licitações, desvios de verbas públicas, e a participação do prefeito na famosa Operação Topique, que apura irregularidades no uso de recursos federais destinados à educação no Piauí.

A Operação Topique, conduzida pelo Ministério Público Federal (MPF), investigou o desvio de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Programa Nacional de Transporte Escolar (Pnate), destinados ao transporte escolar no estado. Segundo o MPF, a Prefeitura de Fronteiras, sob o comando de Eudes Agripino, autorizou pagamentos suspeitos que somam mais de R$ 900 mil a empresas envolvidas no esquema. Apenas em dezembro de 2013, foram realizados 23 pagamentos à empresa Locar Transportes, totalizando R$ 220 mil.

Além de responder por corrupção e fraudes, o prefeito de Fronteiras emprega ao menos dez familiares em cargos de confiança na administração municipal. Entre os parentes, estão sua esposa, Zildenia Maria Ribeiro, seus filhos e sobrinhos, todos ocupando postos estratégicos, como secretarias municipais e departamentos administrativos. A prática de nepotismo, caracterizada pela nomeação de parentes para cargos públicos, é proibida pela Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Constituição Federal, por ferir os princípios da moralidade e impessoalidade na administração pública.

Fronteiras, município de cerca de 12 mil habitantes, vive uma realidade econômica difícil. Em sua campanha à reeleição, Eudes Agripino prometeu reativar a fábrica de cimento Itapissuma, que fechou em 2017, mas até o momento, a promessa não foi cumprida. A cidade também sofre com a precariedade dos serviços públicos, agravada pelos diversos processos judiciais que o prefeito enfrenta.

Além da Operação Topique, Eudes Agripino é réu em outras ações movidas pelo Ministério Público Estadual (MPE-PI), que o acusa de improbidade administrativa, atraso no pagamento de salários dos servidores e desvio de contribuições previdenciárias. Um dos processos mais recentes, movido em 2021, aponta irregularidades no recolhimento de recursos destinados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Segundo o portal Mais Brasília tentou contato com Eudes Agripino e sua assessoria, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. A reportagem permanece aberta a quaisquer esclarecimentos por parte do prefeito ou de sua equipe.

Fonte- Mais Brasília