Ángel Di María escreveu ainda mais o seu nome na história do futebol no último domingo (14), ao ajudar a Argentina a bater a Colômbia e conquistar o bicampeonato da Copa América em seu jogo de despedida da seleção.

Mas o que muita gente não sabe é que é o sonho do craque, campeão mundial sub-20, campeão olímpico, da Finalíssima, da Copa do Mundo, além de muitos e muitos títulos por clubes, é jogar no Rosário Central. O atacante de 36 anos é torcedor fanático e iniciou a sua carreira no clube, rival nesta terça-feira (16) do Internacional, no jogo de ida dos playoffs da CONMEBOL Sul-Americana e que terá transmissão no Disney+.

O que você deve estar se perguntando é: qual o motivo do atleta, idolatrado em seu país e já um dos maiores da história argentina, não poder realizar o último grande desejo da carreira?

O motivo é a violência. Em abril, quando a transferência chegou a ser dada como certa, Di María e seus familiares viraram alvos de ameaças. Um cartaz foi deixado por um carro em frente à casa onde ele fica quando está na cidade.

“Diga a seu filho Ángel [Di María] que não volte a Rosário, porque, senão, estragaremos tudo matando um familiar. Nem Pullaro (governador provincial) vai te salvar. Não jogamos fora pedaços de papel. Jogamos chumbo (bala) e gente morta”, dizia o ‘recado’.

Mas por que um ídolo local e nacional recebe tantas ameaças para não voltar? Não há um motivo claro, mas o contexto da cidade dá uma dimensão.

Rosário fica na província de Santa Fé, a terceira mais populosa do país e está no meio de uma crise de violência. Em março, foi registrada uma sequência de assassinatos, com a morte de dois taxistas, um motorista de ônibus e um frentista. Os atentados fizeram com que transportes, aulas e postos de gasolinas fossem fechados de um dia para outro.

Patricia Bullrich, ministra da Segurança, falou em “ações narcoterroristas”. O presidente do país, Javier Milei, também falou em lei antiterrorismo. A cidade chegou a marcar 22,31 homicídios a cada 100 mil habitantes.

Dias após a ameaça de março contra Di María, a polícia prendeu o principal suspeito. Ele já era investigado por narcotráfico. Quando foi preso, foram encontradas 135 gramas de cocaína, além de uma pistola calibre 22 e munições.

O curioso é que ele não é o único ídolo local que é ameaçado. Lionel Messi, companheiro de títulos de Di María na seleção argentina, também é da cidade de Rosário, mas cresceu no rival Newell’s Old Boys. Isso não o impediu de também ser alvo dos bandidos.

Uma das franquias de supermercados pertencentes à família de Antonela Roccuzzo, esposa de Messi, foi atacada por tiros em março do ano passado. Um recado em um cartaz foi deixado no local: “Messi, estamos te esperando. Javkin (então prefeito) também é narcotraficante, ele não vai cuidar de você”.

Trajetória de Di María

Di María surgiu no Rosario Central no fim de 2005. Como meio-campista e ponta, chamou atenção do Benfica e, ainda aos 19 anos, chegou ao futebol europeu. Passou por Real Madrid, Manchester United, PSG e Juventus.

O argentino retornou ao Benfica em julho de 2023. Na temporada, atuou em 48 partidas, com 17 gols e 13 assistências.

A trajetória na seleção argentina é recheada de glórias. No time principal, o auge veio recentemente. Em 2021, ao lado de Messi, encerrou um jejum de 28 anos sem títulos e conquistou a Copa América, contra o Brasil, em pleno Maracanã. Ele foi o autor do gol da vitória por 1 a 0.

No mesmo ano, na Finalíssima, em duelo contra a Itália, então campeã europeia, trouxe outra alegria. Vitória por 3 a 0, em Wembley, também com gol.

O ponto mais alto foi o título da Copa do Mundo de 2022. Di María abriu o placar no empate por 3 a 3 na decisão contra a França, que terminou com a conquista argentina nos pênaltis.

Mais recentemente, ele foi titular em quase toda a campanha, inclusive na final, que tornou a Argentina a maior campeã da história da Copa América. Justamente no jogo de despedida do atleta à seleção.

Sem poder voltar ao Rosario Central, a expectativa é que Di María renove o seu vínculo com o Benfica por mais uma temporada. Depois disso, é grande a possibilidade dele se aposentar. E sem realizar seu sonho.

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Tênis, futebol feminino, All-Star Game, NBA e mais!

O duelo decisivo pela Sul-Americana não é a única grande atração nesta terça-feira pelo Disney+.

A partir de 5h30, tem muito tênis, com as primeiras rodadas do ATP 500 de Hamburgo, WTA 250 de Budapeste, entre outros. Às 7h55, tem ciclismo, com a 16ª etapa do Tour de France.

Durante a tarde, é hora de futebol feminino, com as eliminatórias europeias. Destaque para as atuais campeãs mundiais, da Espanha, que enfrentam a Bélgica às 14h.

À noite, às 20h, tem o All-Star Game da MLB, enquanto 21h é hora de basquete, com Philadelphia 76ers e Minnesota Timberwolves duelando na Summer League da NBA.

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