É comum as biografias de bandas de rock falarem de jovens amigos que descobrem suas afinidades musicais e começam a buscar entrosamento para tocar junto. É a história padrão, desde os Beatles e os Rolling Stones. Desse modo, a origem do trio australiano Telenova é bem curiosa. Seus integrantes se conheceram já adultos, num workshop para compositores, em Adelaide, conduzido pelo norte-americano Chris Wallas, que foi guitarrista da banda Death Cab For Cutie. O destino uniu ali os produtores e multi-instrumentistas Edward Quinn e Joshua Moriarty e a guitarrista e vocalista Angeline Armstrong. Mais inusitado é que ela tinha, e ainda tem, a pretensão de se tornar escritora e cineasta. De certo modo, congelou esses planos para tocar com seus novos amigos. Depois de dois EPs, “Tranquilize” (2021) e “Stained Glass Love” (2022), o trio lança no dia 16 deste mês o primeiro álbum, “Time Is a Flower”. Eles já reuniram uma legião de fãs que aguarda o disco ansiosamente. O Telenova não é exatamente uma banda disruptiva, não vai mudar a vida de ninguém. O que eles fazem é um rock bem elegante, às vezes sacudido, às vezes com um clima mais tranquilo. Angeline é uma ótima vocalista e boa letrista. Nas entrevistas, gosta de soltar uma conversa sobre escrever canções cinematográficas, que contem histórias como os filmes que ela ainda quer dirigir mais à frente. Ela arrisca dizer que David Lynch e Quentin Tarantino são influências maiores do que compositores de música pop. Bom, é um discurso esperto, mas ninguém precisa ligar para essa onda. Ela e seus parceiros sabem fazer pop rock pegajoso, envolvente. Música boa sem vergonha de ser apenas isso, som para entreter. Dá para conferir clipes das canções do álbum prestes a ser lançado: “Discothèque Inside My Head”, “Teardrop” e “Power” (clique nos títulos para ver). Tem também a prévia acústica de “January”, que terá versão elétrica no álbum. E, para sentir a força do Telenova ao vivo, uma opção é essa apresentação de “Bones”, sucesso de dois anos atrás, que pode ser acessada neste link.

Fonte: Thales de Menezes

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