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Motivos para, desta vez, concordar com Vítor Pereira

Motivos para, desta vez, concordar com Vítor Pereira
Publicado em 27/12/2024 às 11:38

“[Inglaterra] É o país do futebol, uma coisa diferente. O tempo não é como o nosso, aqui é para o futebol e para trabalhar. Cada jogo é um desafio enorme, mas sabem bem participar. Estava habituado a ver o Boxing Day sentado no sofá, e sempre tive vontade de estar cá. Agora vou desfrutar e trabalhar muito para merecer estar aqui”.

Vítor Pereira, que não deixou saudade nas torcidas de Corinthians e Flamengo, disse a frase do parágrafo acima nesta quinta-feira, após vencer o poderoso Manchester United, na segunda vitória em dois jogos no comando do Wolverhamtpon na Premier League.

Desta vez, existem motivos de sobra para concordar com o técnico português.

Uma comparação com Brasil, que adora dizer que é o país do futebol, deixa claro que o envolvimento dos ingleses com o esporte mais popular do mundo é maior.

Clubes, jogadores profissionais, mulheres em campo, torcedores na arquibancada. Em tudo a Inglaterra supera o Brasil.

Para comprovar isso, vamos usar números, primeiro, da Fifa.

A entidade que controla o futebol mundial tem um relatório online chamado “Professional Football Landscape”, em que mostra a atividade do futebol masculino em cada país.

Segundo esse documento, a Inglaterra tem 1.072 clubes disputando competições oficias, da Premier League até a décima divisão. Na média, são 62,5 mil ingleses para cada clube.

No Brasil, de acordo com a Fifa, são 846 clubes, do Brasileiro até todas divisões nos Estados, ou 256 mil habitantes para cada time.

A Fifa considera “jogadores profissionais” apenas “aquele que tem um contrato escrito com um clube e recebe um montante superior às despesas efetivamente incorridas com a sua atividade futebol. Qualquer outro jogador é considerado amador”.

Por esse critério, a Inglaterra tem 5.582 jogadores profissional, ou um para cada 12 mil habitantes.

O Brasil, sempre segundo a Fifa, tem apenas 2.123 jogadores profissionais, um para cada 100 mil habitantes.

No futebol feminino, o abismo é imenso.

De acordo com pesquisa divulgada no ano passado, a Fifa aponta que existem apenas 6.351 jogadoras de futebol federadas no Brasil. Na Inglaterra, são 200.967.

Mas é nas arquibancadas, como bem sentiu Vítor Pereira, que existe um oceano para separar a paixão de ingleses e brasileiros no futebol.

Não só pela Premier League, com média de 40 mil pagantes por jogo, contra 25 mil do Campeonato Brasileiro.

Mas principalmente por fatos como o Southend United, o 14º colocado na National League, equivalente à quinta divisão do Inglês, ter média de quase 8 mil pagantes por jogo.

O inglês ama futebol

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