Nesta quarta-feira (3), a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) admitiram que o árbitro Jesús Valenzuela e a equipe do VAR erraram ao não marcarem pênalti do lateral Muñoz em cima do atacante Vinicius Jr. durante o 1º tempo de Brasil 1 x 1 Colômbia, na última terça-feira (2), pela 3ª rodada do grupo D da Copa América.

No lance em questão, Vini invadiu a área e foi claramente derrubado por um carrinho de Muñoz. Valenzuela, porém, viu toque na bola e não marcou a penalidade.

Na sequência, o VAR checou o lance por um longo período, mas concordou com a decisão do juiz de campo e mandou que a partida seguisse com escanteio.

A Conmebol, porém, afirmou que tanto Valenzuela quando a arbitragem de vídeo falharam ao observar que o toque de Muñoz foi em Vinicius, e não na bola, salientando que a penalidade deveria ter sido marcada.

“No minuto 42 (do 1º tempo), em uma disputa de bola dentro da área da Colômbia, um defensor não toca a bola e, como produto da disputa, se produz um contato imprudente na ação. O árbitro não consegue observar a ação e deixa que a partida continue. O VAR, em sua checagem protocolar, analisa o lance com distintos ângulos, velocidades e considerações, e não consegue identificar que o defensor não toca a bola antes de entrar em contato de maneira imprudente com o atacante. Com isso, o VAR confirma, de maneira incorreta, a decisão original de campo”, diz a Confederação.

A Conmebol também divulgou como foi o diálogo (leia a transcrição completa abaixo) entre arbitragem e VAR no lance, com o comandante do vídeo, o argentino Mauro Vigliano, considerando que o lateral colombiano “beliscou a bola” antes de derrubar o atacante do Brasil.

Ironicamente, coube ao próprio Muñoz fazer o gol de empate da Colômbia minutos depois do lance com Vinicius Jr.

A não marcação do pênalti revoltou o técnico do Brasil, Dorival Júnior, que reclamou bastante em sua coletiva pós-jogo.

“Não sei se interferência, porém, naquele momento seria 2 a 0. Com a velocidade que temos, a equipe que temos, o resultado de 2 a 0 é bem diferente de 1 a 0. Para mim, foi decisivo. Até porque dentro do estádio só ele (árbitro) e a equipe do VAR não viram que a penalidade não existiu. Brasil mais uma vez foi muito prejudicado. Temos que ser realistas, o fato aconteceu”, bradou.

Os atletas da equipe canarinho também se revoltaram na zona mista. Andreas Pereira, por exemplo, salientou que lance foi claríssimo.

“Sobre o pênalti, não tem muito o que falar, está no vídeo. Não é um fato de dar opinião. Vê quem quer, foi muito claro, foi muito pênalti. Um jogo 2 a 0 muda tudo. A gente mata eles e fica em primeiro. Infelizmente ele não quis dar o pênalti, e o jogo complicou para a gente”, apontou.

Áudio do VAR de Brasil x Colômbia

• Árbitro: Toca a bola.

• VAR: Possível penal. Toca a bola, ao que indica. Preciso ver se ele toca a bola. Sim, me dê outro (ângulo). Preciso ver se toca a bola. Siga um pouco (com a imagem). Dê-me o plano aberto em velocidade normal. Estamos checando, OK, Jesús (Valenzuela)? Quero ver se muda a direção da bola. Não tem outro (ângulo)? Eu não tenho. A (câmera) Main está por aí? Certo?

• AVAR: Jesús, espere, não reinicie (o jogo).

• VAR: OK, me dê a (câmera) Cablecam. Certo… Não, (a imagem) me tapa o corpo. (Coloque a câmera) De trás do gol, desse lado. Aí vem a imagem. Preciso ver quando cruza a perna e como é o contato desde trás. (Quero a câmera) Atrás desse gol, atrás desse gol. Bom… Depois me dê outra vez (a câmera) de frente. Essa, certo. E me dê agora a (câmera) oposta, que é a que você havia dado. Dê-me a oposta a essa. Dê-me essa em velocidade normal… Ou melhor, em 75% (de velocidade). Sim, ele [Muñoz] belisca a bola, verdade?

[VAR Chama o árbitro]

[Árbitro chama jogadores para comunicar decisão]

[Jogo é reiniciado com escanteio para o Brasil]

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