MÚSICA
Beth Gibbons volta para aliviar fãs de Portishead
Classificar gêneros musicais às vezes gera discussão, com cada um reconhecendo características diferentes naquele som. Numa descrição ligeira, o trip hop pode ser definido com uma música eletrônica em batidas desaceleradas, com influências de cool jazz e funk de raiz, que adota teclados e programações com o uso de instrumentos acústicos aqui ou ali. Mesmo quem tiver alguma restrição a essa receita vai concordar em uma coisa: a inglesa Beth Gibbons é a rainha do trip hop. Como vocalista do Portishead, ela formatou a coisa toda em apenas três álbuns de estúdio: “Dummy” (1994), “Portishead” (1997) e “Third” (2008). Seu jeito peculiar de cantar, com pausas respiratórias incomuns e facilidade em criar sons sedutores, está em faixas do grupo que já foram associadas a jazz, rock alternativo, música folk e até a um certo “pop barroco”, seja lá o que for isso. Melhor chamar logo de “som do Portishead”, já que o sotaque da banda é facilmente reconhecido. Seu trabalho além do grupo tinha até agora “Out of Season” (2002), álbum gravado com Paul Douglas Webb, baixista da ótima banda inglesa Talk Talk, e uma gravação da “Sinfonia Número 3” do compositor polonês Henryk Górecki, acompanhada de orquestra. Realmente, Beth não é fácil. Mas agora, aos 59 anos, ela lança um álbum que facilmente vai cair nos corações dos fãs do Portishead. “Lives Outgrown”, praticamente sua estreia solo, tem canções escritas durante a última década e, segundo a própria cantora, com foco em temas femininos: ansiedade, maternidade, menopausa e mortalidade. As mortes recentes de parentes e amigos levam o disco a um clima um tanto sombrio, frio até, mas nele a voz de Beth encontra acolhida para seu timbre singular. Ela se animou e agora volta à estrada para espalhar canções incríveis como essas que podem ser conferidas em clipes: “Floating on a Moment”, “Lost Changes” e “Reaching Out” (clique nos títulos para assistir. Uma boa pedida é ver a gravação ao vivo de oito músicas que ela fez no estúdio holandês Artone, em Haarlem, uma verdadeira meca para músicos que desejam produzir um som vintage. Clique aqui para acompanhar essa performance emocionante.
Fonte: Thales de Menezes
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