Em Paris, França e Espanha entregaram uma final para a história dos Jogos Olímpicos.

Os espanhóis chegaram a abrir 3 a 1, os anfitriões foram buscar o empate nos acréscimos do segundo tempo, mas na prorrogação Camello garantiu a vitória por 5 a 3 com dois gols e a segunda medalha de ouro para o país ibérico no futebol masculino.

Donos da casa, os franceses também buscavam o segundo título nas Olimpíadas, mas amargaram a prata para tristeza de um lotado Parque dos Príncipes, com os torcedores dando show nas arquibancadas.

Fermín López foi destaque da seleção ibérica ao marcar os gols que garantiram a virada ainda no primeiro tempo – Millot abriu o placar em falha de Tenau. Álex Baena também contribuiu com uma assistência e um golaço de falta.

Na etapa final, um gol contra de Juan Miranda deixou a decisão aberta até os minutos finais, quando um pênalti infantil do lateral-esquerdo espanhol sobre Kalimuendo foi marcado pelo brasileiro Ramon Abatti com a ajuda do VAR. Mateta marcou, e a decisão foi para a prorrogação.

No primeiro tempo extra, Sergio Camello marcou com estilo ao dar cavadinha sobre Restes e recolocou os espanhóis em vantagem. Nos últimos 15 minutos, a França foi para cima, mas a pontaria deixou a desejar, e o goleiro Arnau Tenas aguentou a pressão. Numa reposição de bola espetacular, Tenas deu a assistência para Camello sacramentar o 5 a 3.

Festa espanhola no Parc des Princes!

O jogo

Antes do apito inicial, a cantora Gala perfomou ao vivo do campo o hit ‘Freed From Desire’, levantando o público e preparando terreno para o que viria pela frente.

O primeiro tempo no Parc des Princes foi digno de uma final.

“Mordendo” desde o início, a França deu algumas chegadas fortes especialmente em Fermín López e abriu o placar aos 11 minutos em uma falha de Arnau Tenas: Millot chutou despretensiosamente de dentro da área, o goleiro perdeu o tempo da bola e espalmou para dentro do próprio gol.

A Espanha foi controlando as ações aos poucos e igualou o marcador aos 18 em bela trama pela direita, na qual Álex Baena encontrou Fermín sozinho dentro da área, e o camisa 11 balançou as redes.

Sete minutos depois, a virada espanhola: Juan Miranda cruzou pela esquerda, Abel Ruíz chutou, Restes defendeu, mas o rebote foi parar no pé direito de Fermín López, o iluminado, para marcar seu sexto gol nas Olimpíadas.

O brasileiro Ramon Abatti era o árbitro da decisão, e a torcida francesa reclamou bastante da atuação dele. Logo depois de uma falta não marcada em Mateta a passos da grande área, o juiz assinalou infração similar para a Espanha. Na cobrança, Álex Baena cobrou com perfeição, deixando Restes parado, e fez o terceiro gol da Espanha.

Os franceses foram para o ataque e tiveram boas oportunidades com Mateta e Olise, mas o primeiro parou em Tenas, e o segundo chutou à direita.

Sem mudanças no intervalo, Thierry Henry não aguentou muito tempo e aos 6 minutos colocou Akliouche e Kalimuendo nos lugares de Chotard e Lacazette, respectivamente. E o camisa 9 quase descontou em cabeçada que parou no travessão.

Além de contar com a sorte, Arnau Tenas parou ótimo chute de Koné, que arrancou gritos de gol da arquibancada. Mas a “blitz” da França, que não deixou mais a Espanha reter a bola, surtiu efeito aos 33 minutos.

Olise cobrou falta da direita, a bola desviou em Akliouche e Juan Miranda antes de morrer no fundo das redes. E o Parc des Princes virou um caldeirão!

Os anfitriões conseguiam assustar nas bolas alçadas dentro da área, até que em uma delas Juan Miranda fez pênalti ao segurar Kalimuendo no final – o VAR chamou Ramon Abatti para a revisão, e o árbitro confirmou. Mateta estufou as redes no começo dos acréscimos e deixou tudo igual. Ainda deu tempo de Beñat Turrientes acertar o travessão e quase marcar o quarto gol espanhol…

E a prorrogação chegou.

O primeiro tempo extra foi bem franco, com as duas equipes – cada uma a seu estilo – buscando o ataque. Quem levou a melhor foi a Espanha, que marcou o quarto gol após linda assistência de Sergio Gómez para Camello tocar de cavadinha por cima de Restes.

No segundo tempo, a França já exausta buscou forças, mas não conseguiu balançar as redes. E Camello deu o último golpe após assistência espetacular de Tenas na reposição. 5 a 3, e o ouro pela segunda vez vai para a Espanha.