Brasileira da natação expulsa das Olimpíadas fala em ‘danos irreparáveis’
A expulsão da delegação brasileira nas Olimpíadas da nadadora Ana Carolina Vieira continua causando polêmica. Se sentindo injustiçada com o que aconteceu, a atleta contratou dois advogados para se defender e explicar detalhadamente os fatos.
De acordo com nota assinada por dois advogados e divulgada nas redes sociais na terça-feira (6), Ana “cumpriu com todas as suas obrigações profissionais” e se encontra agora em “período de restabelecimento psicológico com acompanhamento profissional” depois de ser deixada desamparada pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) durante os Jogos Olímpicos.
Além disso, ela questiona o que foi veiculado sobre sua expulsão da delegação, negando que o motivo tenha sido uma visita à Torre Eiffel ao lado de Gabriel da Silva Santos, seu namorado, e dizendo que o principal motivo foi uma discussão que teve com a comissão técnica da equipe de natação e que o mesmo foi feito de uma forma que “jamais poderá se confundir com agressividade ou desrespeito”.
“Os danos do desligamento são irreparáveis do ponto de vista psicológico e profissional, uma vez que o fato repercutiu mundialmente de forma distorcida e à margem da verdade”, seguiu a nota, confirmando que medidas legais serão tomadas para que os órgãos competentes possam apurar o que aconteceu.
“No mais, informamos que as medidas necessárias serão tomadas para que os fatos sejam efetivamente apurados perante os órgãos competentes.”
Confira o comunicado divulgado por ela na íntegra:
“ANA CAROLINA VIEIRA, nadadora profissional de 22 anos, integrou o Time Brasil em sua modalidade nas Olimpíadas de Tóquio (2020) e Paris (2024), neste ato representado por seus advogados, informa que irá se manifestar publicamente em momento oportuno, pois encontra-se em período de restabelecimento psicológico com acompanhamento profissional em virtude de todo ocorrido envolvendo o seu nome como profissional e, sobretudo, sua dignidade como mulher.
No entanto, desde já afirma que em sua passagem nas Olimpíadas de Paris cumpriu com todas as suas obrigações profissionais, defendendo orgulhosamente sua equipe e, acima de tudo, o Brasil.
Diferentemente do que foi veiculado, no último dia 25, no período da tarde, em período de folga, a atleta e seu companheiro, também nadador, GABRIEL DA SILVA SANTOS (juntos há mais de 4 anos) se dirigiram à Torre Eiffel a fim de registrarem o momento que estavam vivendo em suas carreiras, ato realizado por incontáveis atletas das mais diversas modalidades.
A ida ao ponto turístico durou aproximadamente 1h e 15min e o traslado foi realizado com veículos oficiais disponibilizados aos competidores.
Em data de 26.07.2024 as atletas que realizariam a prova de 4×100 livre no dia seguinte (27.07.24), através de uma deliberação injustificada da Comissão Técnica, foram informadas que uma das nadadoras que compunham o revezamento seria substituída. Movida por um senso de patriotismo, sabendo que a decisão influenciaria diretamente no desempenho da equipe, ANA CAROLINA, em nome da equipe, se insurgiu, o que jamais poderá se confundir com agressividade ou desrespeito.
No entanto, ANA CAROLINA, em 28.07.2024, foi comunicada de seu desligamento, ocorrido de forma completamente arbitrária e sem qualquer possibilidade de defesa. Desolada e sem entender o efetivo motivo da medida, ANA CAROLINA se viu em completo desamparo por parte dos responsáveis pela missão.
Os danos do desligamento são irreparáveis do ponto de vista psicológico e profissional, uma vez que o fato repercutiu mundialmente de forma distorcida e à margem da verdade.
No mais, informamos que as medidas necessárias serão tomadas para que os fatos sejam efetivamente apurados perante os órgãos competentes.