Torneio de Tênis
Wimbledon: favoritos, premiação e tudo sobre Grand Slam mais famoso do tênis
Enquanto Copa América e Eurocopa dividem atenção dos amantes do futebol, o torneio de tênis mais antigo no mundo é a grande atração de julho na Inglaterra. A partir desta segunda-feira (1º), os melhores nomes do circuito masculino e feminino travam batalhas épicas em Wimbledon, 3º Grand Slam da temporada e que terá transmissão ao vivo de todas as quadras pela ESPN no Disney+.
Disputado no aclamado gramado do All England Croquet and Lawn Tennis Club, o major inglês segue uma tradição iniciada em 1877, sempre no mesmo local em Londres, capital do Reino Unido. Se tradição é o que não falta para o torneio, há muito o que acompanhar na edição deste ano, que oferece particularidades interessantes.
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A incerteza da participação de Novak Djokovic e Andy Murray paira no ar da capital inglesa. O sérvio, segundo maior vencedor de Wimbledon atrás apenas de Roger Federer, operou o menisco do joelho direito no início de junho após se lesionar em Roland Garros e era uma ausência certa do 3º Grand Slam da temporada, mas gosta de surpreender. Ele viajou para Londres, está treinando na grama sagrada desde o início da semana e está inscrito na chave principal.
Murray era outro ex-número 1 do mundo que aparentava desfalcar o tradicional torneio de tênis. O britânico, bicampeão em 2013 e 2016, sentiu uma lesão nas costas na semana passada durante o ATP 500 de Queen’s e precisou operar um cisto na medula espinhal, a menos de dez dias do Slam. Após o sorteio da chave principal, Sir Andy manteve seu nome na disputa e disse que vai esperar até o último momento para definir se joga (ou não) o torneio e está, inclusive, inscrito para disputaras duplas masculinas com seu irmão Jamie. Ao que tudo indicada, este será a última participação no The Championships.
Se essas ausências se confirmarem, o Grand Slam mais tradicional não contará com nenhum integrante do Big Four pela 1ª vez desde 1998, uma vez que Federer se aposentou em 2022 e Rafael Nadal optou por “pular” a gira de grama para se preparar para as Olimpíadas de Paris. Sem eles, o favoritismo recai nos ombros de Carlos Alcaraz, o atual campeão, e Jannik Sinner, o novo número 1 do mundo.
Na disputa feminina, os principais nomes estão confirmadas. A líder do ranking Iga Swiatek chega em Londres em busca do título inédito, em uma disputa que tem ainda a nº 2 do planeta Aryna Sabalenka, que também nunca venceu esse Grand Slam. As últimas campeãs, Marketa Vondrousova e Elena Rybakina, também prometem brigar pelo caneco mais uma vez.
Também há espaço para o Brasil. Embora não apareçam entre os candidatos aos títulos, Beatriz Haddad Maia, Thiago Wild, Thiago Monteiro e Felipe Meligeni, que furou o quali, também estão na chave principal de simples e sonham em ir o mais longe possível nas quadras inglesas.
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Cadê o Big Four?
Federer, Nadal, Djokovic e Murray dominaram o circuito mundial do tênis desde o início dos anos 2000. Em Wimbledon não foi diferente. Aliás, o The Championships (nome oficial do torneio) foi um dos palcos que a supremacia do Big Four foi ainda mais dominante.
Até Carlos Alcaraz “furar” o domínio de seus ídolos e derrotar Djokovic na final do ano passado, o quarteto venceu todos os torneios entre 2003 a 2022. Nesta edição, no entanto, pode ser a primeira em muito tempo, desde 1998, que nenhum dos quatro vai disputar a chave principal do Grand Slam mais antigo do mundo. Naquele ano, Federer, o mais velho do grupo, foi campeão da chave juvenil.
Nesse tempo longínquo, Roy Emerson ainda era o recordista de títulos de Slams, com 12 conquistas, recorde que agora pertence a Djokovic, com o dobro de canecos.
Além disso, desde que Federer estreou na chave principal de Wimbledon, apenas quatro fora do Big Four levantaram o troféu em Londres: Pete Sampras, Goran Ivanisevic, Lleyton Hewitt e Alcaraz. Alguém se habilita a entrar na lista?
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Herdeiros do trono?
Se o reinado do Big Four se aproxima de suas últimas badaladas, Alcaraz e Sinner aparecem como principais postulantes ao trono no Grand Slam mais antigo do planeta.
Carlitos tem três títulos de major na carreira, o último deles em Roland Garros, há poucas semanas. Mesmo com uma campanha ruim na atual gira de grama (foi eliminado nas oitavas do ATP 500 de Queen’s), chega como um dos favoritos para brilhar na “Catedral do Tênis”, nome da quadra central de Wimbledon.
Quem deve ser o seu principal rival é Sinner, italiano de 22 anos que acaba de “roubar” o posto de número 1 do mundo de Djoko. A grande sensação do circuito venceu seu 1º título de Grand Slam no começo do ano, o Australian Open, e vive uma temporada espetacular. Chegou às semifinais de todos os torneios que disputou em 2024, exceto no Masters 1000 de Madri, quando caiu nas quartas devido a uma lesão.
Na grama, o italiano acaba de ser campeão do ATP 500 de Halle, na Alemanha, seu primeiro título na superfície, o que o embala para disputar pela 4ª vez a chave principal do The Championships. Nas duas últimas campanhas, parou para o “carrasco” Djokovic.
Lembrança agridoce de Bia
Por ser o torneio mais antigo do mundo, Wimbledon costuma ser o Grand Slam “dos sonhos” de muitos tenistas do circuito atual. A número 1 do Brasil se encaixa nesse grupo.
Aos 28 anos, Bia Haddad disputa a chave principal pela 5ª vez. Seu melhor resultado foi no ano passado, ao chegar até as oitavas de final. Seria uma lembrança positiva, não fossem as dores nas costas que a fizeram abandonar, chorando, a partida contra Elena Rybakina.
A brasileira vive uma temporada complicada, em que sofreu derrotas prematuras nas primeiras rodadas, embora tenha conseguido se manter no top 20 do ranking mundial. Bia confia nas quadras verdes para retomar uma sequência de vitórias e repetir o que fez em 2022, quando conquistou seus primeiros títulos da WTA nas cidades inglesas de Nottingham e Birmingham.
A atual gira, porém, não trouxe boas campanhas. A tenista foi eliminada na estreia do WTA 500 de Berlim, por exemplo. Se o sonho é brilhar na grama, quem a conhece de perto aposta em outro estilo. “Ela conseguiu se adaptar, mas para mim ela será protagonista no saibro e na rápida”, opina Fernando Meligeni, comentarista da ESPN.
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Torneio começa nesta segunda-feira (01), com transmissão ao vivo e exclusiva da ESPN e Disney+
Thiagos e Felipe em Wimbledon
Na chave masculina de simples, o Brasil terá três representantes. Thiago Seyboth Wild, Thiago Monteiro e Felipe Meligeni. Esse último, sobrinho do Fininho, furou o qualificatório e vai disputar o 3º Grand Slam da carreira. Felipe, atual nº 3 do país no ranking da ATP, também passou pelos qualis de Roland Garros e do US Open, e, agora, se prepara para debutar em Wimbledon.
Quem também vai fazer no Grand Slam londrino é Wild. O paranaense de 24 anos já disputou os outros três majors, sendo o melhor resultado no ano passado, ao chegar até a 3ª rodada de Roland Garros, passando pelo quali e até derrotando o nº 2 do mundo Daniil Medvedev na 1ª rodada da chave principal.
Já Monteiro, de 30 anos, é o mais experiente do trio brasileiro e vai disputar Wimbledon pela 6ª vez. No entanto, o cearense, nº 2 do Brasil, venceu apenas um jogo da chave principal, justamente na sua estreia em 2017. Seu melhor resultado em Slams, assim como xará mais novo, também foi em Roland Garros, quando chegou na 3ª rodada em 2020.
Thiago Wild estreia contra o anfitrião Paul Jubb, nº 289 do mundo e que recebeu um convite da organização do torneio, e Thiago Monteiro pega o australiano Alexei Popyrin, nº 47 da ATP. Já Felipe Meligeni encara o croata Borna Coric, ex-top 15 do ranking.
Os ‘polêmicos’ convites
Além de Jubb, outros sete britânicos receberam convites para a chave principal de Wimbledon. Essa é a primeira vez desde 2003 que a organização do Grand Slam decide manter 100% dos wild Cards em “casa”. Geralmente, os majors costumam trocar convites, ou seja, Roland Garros dá um WC para um australiano e um tenista francês ganha um convite para disputar o torneio na Austrália.
Henry Searle, de 18 anos, foi o convidado com o ranking mais baixo, nº 586, mas foi o campeão juvenil do Grand Slam britânico no ano passado. O jovem tenista ainda não disputou nenhuma partida do circuito da ATP.
No feminino, os convites também chamaram atenção. A organização escolheu 4 vencedoras de majors para entrarem direto na chave principal. Naomi Osaka, Caroline Wozniacki e Angelique Kerber, estão retornando para o circuito após a maternidade e a “dona da casa” Emma Raducanu, que sofreu com no lesões no ano passado, foram as contempladas. Esse número foi o recorde de campeãs de Grand Slam que ganharam um WC em uma única edição de major na história.
Além desses grandes nomes do tênis, outras três britânicas foram convidadas e a australiana Ajla Tomljanovic completou a lista.
Chave feminina
Se no masculino o favoritismo está dividido entre Sinner, Alcaraz e até Djokovic, apesar de sua condição física, o feminino tem um nome bem claro: Iga Swiatek. A polonensa de 23 anos é a atual número 1 do mundo e será a principal cabeça de chave pelo 10º Grand Slam consecutivo. Essa sequência é a quinta maior da história, atrás de lendas do esporte como Serena Williams (15), Steffi Graf (14), Martina Navratilova (13) e Martina Hingis (11).
Apesar de dominar o mundo do tênis desde a aposentadoria precoce de Ashleigh Barty no início de 2022, Swiatek ainda não venceu Wimbledon. Seu melhor resultado na carreira foi as quartas de final do ano passado, quando foi superada por Elina Svitolina. A líder do ranking da WTA nunca conquistou título na grama.
Do outro lado da chave, Aryna Sabalenka ocupa a posição de principal adversária de Swiatek. A nº 3 do mundo chegou duas vezes até a semifinal de Wimbledon, então se credencia como uma das postulantes ao título. No entanto, no Grand Slam disputado na grama, a lógica do tênis não costuma funcionar.
As últimas duas campeãs não estavam nos holofotes quando levantaram o troféu do All England Lawn Tennis and Croquet Club. No ano passado, Marketa Vandrousova se tornou a 1ª campeã que não era a cabeça de chave na história do torneio e, em 2022, Elena Rybakina que estava fora do top 20 do ranking, venceu a edição do torneio mais antigo do mundo.
Então, fica difícil apontar quem pode ser a surpresa da vez na Catedral do Tênis, mas Jessica Pegula, Donna Vekic, Leylah Fernandez e Daria Kasatkina chegam embaladas após resultados consistentes na gira de grama.
Premiação de Wimbledon
Dois mil pontos no ranking, o nome da história e uma fortuna. A organização de Wimbledon anunciou que o Grand Slam vai dar uma premiação total de 50 milhões de libras esterlinas, aproximadamente R$ 351 milhões, um recorde no torneio.
O The All England Club pagará aos campeões das chaves de simples masculina e feminina o mesmo valor: 2,7 milhões de libras esterlinas, algo em torno de R$ 20 milhões. A premiação de Wimbledon é igual para homens e mulheres desde 2007, mas o major foi o “último” entre os quatro a chegar a essa igualdade. Nos últimos dez anos, o montante total pago aos jogadores do Grand Slam dobrou, saindo 25 milhões de libras em 2014.
Mais brasileiros em Wimbledon
Além do quarteto verde-amarelo nas chaves de simples, o Brasil também está representado nas duplas. No masculino, Rafael Matos e Marcelo Melo foram a única parceria 100% brasileira, enquanto Fernando Romboli disputa com o italiano Luciano Darderi.
Nas duplas femininas, Luisa Stefani e a holandesa Demi Schuurs são as cabeças número 6, enquanto Beatriz Haddad Maia e Ingrid Martins formam mais uma dupla “exclusiva” do Brasil. As duplas mistas serão divulgadas no dia 3 de julho. As chaves do juvenil e cadeiras de rodas serão divulgadas também ao longo da 1ª semana do Grand Slam.