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Eurocopa 2024

Leonardo Bertozzi: Itália cai na Euro 2024 sem deixar saudade

Leonardo Bertozzi: Itália cai na Euro 2024 sem deixar saudade
Publicado em 29/06/2024 às 19:29

Sem o gol de Mattia Zaccagni no último ataque do jogo contra a Croácia, a Itália não teria conseguido um lugar nas oitavas de final da Eurocopa 2024 nem entre os melhores terceiros colocados. No fim das contas, o lance acabou por apenas adiar em uma fase a despedida do time de Luciano Spalletti, eliminado pela Suíça com um inapelável 2 a 0 neste sábado (29).

Pela segunda vez em quatro jogos no torneio, a última campeã da Europa foi completamente dominada pelo adversário. Tal como a Espanha, a Suíça anulou a saída de bola italiana e achou com facilidade os espaços diante de uma marcação pouco agressiva. Jogadores que a Serie A conhece bem, como Remo Freuler e Michel Aebischer, se destacaram numa atuação quase perfeita dos homens de Murat Yakin, comandados em campo por um ótimo Granit Xhaka.

Sem Riccardo Calafiori, suspenso, e Federico Dimarco, baixa por problemas físicos, Spalletti decidiu revolucionar a escalação, mas nenhuma de suas escolhas deu resultado. Nem Nicolò Fagioli melhorou a criatividade no meio-campo, nem Stephen El Shaarawy melhorou o jogo pelo lado esquerdo.

O gol de Freuler aos 37 minutos fez justiça a um primeiro tempo em que a Itália, tal como no jogo diante da Espanha, só conseguiu finalizar uma vez. O meio-campo era o setor que exigia mudanças, mas Spalletti optou por voltar apenas com Zaccagni na vaga de El Shaarawy. Não deu tempo de se acomodar em campo no segundo tempo e Ruben Vargas já fez um golaço para marcar o 2 a 0.

Dali até o fim do jogo, o maior susto para Yann Sommer foi um quase gol contra de Fabian Schär. A substituição de Nicolò Barella, um dos poucos capazes de propor algo distinto, resumiu um torneio em que o técnico campeão italiano pelo Napoli em 2022/2023 esteve muito abaixo das expectativas. Pareceu incerto nas decisões, tanto iniciais quanto durante os jogos.

Apontar uma escassez de talento na Itália pode ser usado como justificativa até determinado ponto, mas cabe lembrar que na edição da Euro 2016 Antônio Conte levou um time limitado tecnicamente a pelo menos competir e sair apenas nos pênaltis contra a campeã mundial Alemanha nas quartas de final.

Para achar um desempenho tão melancólico da Azzurra num grande torneio é preciso voltar a 2010, na África do Sul, quando a combinação da volta de Marcello Lippi e sua lealdade a veteranos em decadência resultou numa eliminação na fase de grupos contra Paraguai, Nova Zelândia e Eslováquia.

Tentando ver o copo meio cheio, fica a urgência de trabalhar melhor para voltar a uma Copa do Mundo depois de 12 anos. A Nations League, no segundo semestre, será um bom campo de provas para reencontrar a competividade que faltou nos gramados alemães.

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