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Manifestação em São Paulo

Moradores da rua Taquaruçu reagem à possível instalação de albergue na região do bairro Jabaquara, Zona Sul de São Paulo

Moradores da rua Taquaruçu reagem à possível instalação de albergue na região do bairro Jabaquara, Zona Sul de São Paulo
Imagem/Reprodução
Publicado em 21/06/2024 às 17:31

Os moradores da Rua Taquaruçu, no Parque Jabaquara, zona sul de São Paulo, manifestam-se contrários à possível instalação de um albergue na região. A movimentação de agentes da prefeitura em um imóvel na altura do número 151 gerou receios entre a população local, que teme o aumento da criminalidade e a desvalorização imobiliária.

Recentemente, diversos relatos de moradores sobre a presença de agentes municipais sugerem a implantação de um centro de acolhida para pessoas em situação de rua. No entanto, a falta de uma consulta pública prévia aos residentes gerou insatisfação e apreensão. Segundo os moradores, a área é predominantemente residencial, abrigando muitas crianças, idosos e famílias que prezam pela segurança e tranquilidade do bairro.

Imagem/Reprodução

Centros de acolhida têm a importante função de oferecer abrigo temporário a adultos em situação de rua, promovendo proteção integral e apoio para a superação de suas condições adversas. No entanto, a comunidade da Rua Taquaruçu argumenta que a presença de usuários de drogas e egressos do sistema prisional, frequentemente associados a esses centros, pode fomentar a criminalidade local.

Gabriel Prado, advogado de 27 anos e morador do Jabaquara desde que nasceu, destaca a falta de transparência nas ações da Prefeitura. “O que causa maior espanto é a obscuridade dos atos da Prefeitura e de seus órgãos, em face de tema tão delicado, que diz respeito à segurança da região. A Prefeitura até pode ter cumprido alguns requisitos formais no processo de instalação do centro de acolhida para adultos (o que ainda está sendo apurado), mas feriu a moralidade administrativa ao não levar a efetiva publicidade de seus atos aos munícipes interessados”, afirma Prado.

Os signatários do abaixo-assinado ressaltam a importância de considerar ruas mais movimentadas e com maior presença de agentes de segurança pública para a instalação de centros de acolhida. A Rua Taquaruçu, caracterizada por sua baixa movimentação diária, não seria adequada para tal empreendimento, segundo os moradores. “Eu e outros moradores do Jabaquara sabemos da relevância social dos centros de acolhida e que de fato há pessoas que precisam deles, mas não podemos ignorar o fato de que, nos arredores de tais centros, há o aumento do fluxo de pessoas perigosas, algumas viciadas em drogas, com o consequente aumento dos casos de furtos, roubos e violência em geral”, explica Prado.

Imagem/Reprodução

Ele também aponta a necessidade de uma localização mais estratégica para minimizar os riscos. “Entendo que o local de instalação desse equipamento público deve ser mais estratégico, de forma a minimizar chances de intercorrências. Uma solução seria a instalação em avenida movimentada, não em rua estreita e residencial”, sugere o advogado.

Caso a instalação do albergue seja confirmada sem uma prévia consulta, os moradores ameaçam recorrer ao Poder Judiciário com demandas coletivas e individuais contra o município. Além disso, há o temor de que muitos residentes de longa data possam se mudar do bairro, impactando negativamente a coesão da comunidade. “O fato é que se alguns moradores (que viram a movimentação inicial de instalação do albergue) não tivessem ido atrás de mais informações, ninguém saberia de nada. Eu e outras pessoas procuramos pela Subprefeitura do Jabaquara e pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – SMADS. Foram enviados e-mails, que restaram sem resposta formal”, relata Prado.

Prado ainda menciona a falta de comunicação e os problemas em outros bairros como exemplos dos impactos negativos que podem ocorrer. “Há exemplos claros para se afirmar isso: basta ver o caso do bairro do Belenzinho, após a instalação do centro de acolhida para adultos na Rua São Leopoldo, número 137. Houve protestos dos moradores, em razão do aumento da insegurança nas ruas. Outro exemplo mais familiar aos moradores do Jabaquara é o caso do albergue da Rua das Casuarinas, número 109. A Rua dos Cajueiros, com ligação direta à Rua das Casuarinas, virou um albergue a céu aberto, onde nenhum morador do Jabaquara ousa passar à pé, por receio”, afirma.

Os moradores solicitam à Prefeitura de São Paulo que forneça informações claras sobre os planos para a área e interrompa imediatamente o processo de instalação do albergue até que uma consulta pública seja realizada. A comunidade exige transparência e participação no debate sobre questões que afetam diretamente suas vidas e segurança.

Em protesto, a comunidade organizou uma manifestação para o próximo sábado, 22 de junho de 2024, às 10h00, com ponto de encontro em frente ao imóvel onde será o albergue, na Rua Taquaruçu, número 151. “Como nada disso foi atendido até agora pela Prefeitura, no próximo sábado, 22 de junho de 2024, moradores da região farão um protesto às 10h00, com ponto de encontro em frente ao imóvel onde será o albergue, na Rua Taquaruçu, número 151”, finaliza Prado. A reportagem continuará acompanhando o desenrolar dessa situação, aguardando um posicionamento oficial da Prefeitura sobre o caso.

A equipe do São Paulo 24 horas, enviou e-mail para a prefeitura e até o encerramento desta reportagem não tivemos retorno.

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